Maison Gaultier: Quando um Perfume Faz o Tempo Parar
Uma exposição em Paris transforma moda, memória e desejo em um corpo sensível que respira arte e transgressão.
Há lugares em Paris onde o tempo se dissolve no ar como uma gota de perfume na pele.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
A Maison Gaultier, instalada na rue Saint-Martin, no coração pulsante da cidade, tornou-se mais que um endereço de moda. Tornou-se um refúgio onde a memória e o desejo se tocam em silêncio profundo — um templo de devaneios cuidadosamente encenados.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Nesta exposição que não se contenta em mostrar vitrines, não caminhamos entre roupas, mas entre ideias. Ideias de um criador que, desde sempre, recusou os limites impostos ao corpo, ao gênero e ao comportamento.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Cada sala é uma estação sensorial. Visão, tato, audição e olfato se entrelaçam. É como se atravessássemos um corpo feito de murmúrios, de sonhos, de história e de pele.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Gaultier: O homem que reinventa o homem
Jean Paul Gaultier nunca quis simplesmente apresentar um homem. Ele o inventa e o desinventa, veste-o de marinières e despe-o com palavras. O perfume Le Male, símbolo máximo de sua obra, não é apenas uma fragrância — é identidade, é manifesto, é memória líquida.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
A narrativa que se costura nesta mostra atravessa o mental, o emocional e, por que não, o espiritual. As roupas, esculturas, imagens e sons não apenas compõem a cena — eles pulsam, provocam e acariciam.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Um corpo poético entre três “Jeans”
Há um toque de Jean Cocteau, poeta e cineasta francês, nos gestos e atmosferas da exposição: uma ternura crua, um erotismo gentil.
Há também ecos de Jean Genet, escritor e símbolo da marginalidade estética e política, nos corpos que se insinuam fora das normas, nos desejos que se impõem como resistência.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Três “Jeans”: o onírico, o marginal, o provocador. Três linhas de costura invisíveis que atravessam Gaultier — e que agora, atravessam você.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Corset como liberdade, marinière como bandeira
Na Maison Gaultier, o corset não oprime: ele liberta. A marinière, listrada e clássica, não é uniforme — é bandeira de identidade fluida. Gaultier costura o masculino e o feminino como quem borda liberdade com linhas de vento.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Em tempos apressados e descartáveis, essa exposição convida ao contrário:
A desacelerar. A respirar. A sentir o perfume daquilo que ousamos ser… quando ninguém está olhando.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Uma travessia sensorial
Vai por mim: entre. Deixe o tempo do lado de fora.
E quando sair, algo em você talvez tenha mudado de forma, ou de cheiro.
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
A pergunta fica no ar, como um vestígio de fragrância sobre a pele:
Você se lembra da última vez em que um perfume te fez viajar no tempo?
Foto: Jonathan Lima I Exposição Jean Paul Gaultier
Por JONATHAN LIMA I Portal TV Diversidade News
Especial de Paris, França
Comentários: